segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O HOMEM DOS SILÊNCIOS.


O HOMEM DOS SILÊNCIOS.


Seguidamente me confundem com pessoas que jamais ouvi falar, então devo ter uma cara padrão para a Terceira Idade.
Mas eu também tenho confundido uma que outra pessoa. Exemplificando, conheci, há tempos, um cidadão. Desde então, passei a confundi-lo com outras pessoas que tinham fisionomias semelhantes.
Nada de mais, porém, houve certo tempo que estabelecemos um contato silencioso, mas, usando de artifícios que não vou citar aqui para não darem risadas das nossas caras.
Na verdade somos dois excêntricos...
Toda a vez que vejo alguém semelhante acho que é o tal “homem dos silêncios” e fico a olhar.
O visado também me olha como se dissesse, lá com seus botões:
-“Conheço essa mulher, de onde?”.
Já foram dezenas de vezes que me deparei com pessoas parecidas com ele, gordos, magros, feios, nem tão feios e eu sempre pensando ser o “de cujus”...
Dizem que quando estabelecemos contato com alguém é porque esta pessoa tem algum significado na nossa vida (vida anterior, suponho).
Este ata não desata, cheira, portanto, aos séculos XIV ou XVII, tais as dificuldades que se interpõem num relacionamento real e saudável.
Fico pensando; quem sabe fomos irmãos em outros séculos? Namorados? Também pode ser em razão das vinditas que armamos um para o outro.
Concluo que o tal Homem dos Silêncios também tem, apenas, uma cara padrão, isto é, perfeitamente confundível.
E, a bem da verdade, serviu de pretexto para eu me “reinventar”, segundo o Moacyr Scliar, em sua crônica dominical.

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