sábado, 19 de fevereiro de 2011


ARES OUTONAIS.
Teresinha Canini Avila ( la Tenini)


Hoje, ao acordar, divisei pelo pátio centenas de folhas amarelecidas como se estivéssemos no Outono.

Fiquei feliz porque as chuvas pararam e deixaram no ar uma sensação de frescor, uma brisa agradável e leve em substituição aos dias


modorrentos de um verão causticante como o Planeta vem se transformando nos últimos tempos.

O Outono me pede aconchego, um braço amigo, uma ponte que atravesse o Impossível...

Gosto do Outono que se avizinha ainda que eu mesma esteja em pleno Inverno.

Mas o Inverno em que estou não busca o caos que se avizinha.

Quem poderá afirmar que o fim de tudo será o caos? Ninguém sabe, mas alguns já intuíram que gozaremos de maior plenitude.

Seria? Não sei, não.

Penso que o Deus do Universo não nos deixará parar e cada um de nós continuará fazendo o que sabe contando com os instrumentos que encontrar no Cosmos a disposição.

Penso que Ele me designará para pintar as nuvens do cotidiano em por de sóis deslumbrantes.

Talvez me deixe esculpir nas nuvens os milhares de rostos que vi na Terra.

Gostaria que esses ares outonais permanecessem pelo resto do ano, mas sei que não será assim e que nos aguardam, ainda, dias terríveis de sóis abrasantes e sulferinas luas em Ocasos


brumosos.
Mas hoje diviso ali, na calçada oposta, os cinamomos alemães em esplendorosos verdes esmeraldas, despontando os primeiros botões que logo mais ,em março ou abril, explodirão


em buquês amarelos...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ERNESTO CORTAZAR - Autumn Rose



SERGIO JOCKYMAN


Era assim o nome original do Jornalista, cronista, poeta, escritor e teatrólogo Sergio Jockyman, que na maturidade, retificou para Jockymann.
Filho de Jorge Jockyman e Julia Canini Jockyman, era meu primo porque sua mãe era irmã do meu pai.
Figura polêmica e controversa, apesar do enorme talento que tinha, fez amigos e inimigos como acontece com as pessoas de grande talento.
O que as cronologias de jornais não disseram é que o Sergio, por ter sido o cronista mais lido no Rio Grande do Sul no período dos militares, escrevia de uma forma carinhosa e simples, quase coloquial com seus leitores. E, por ter combatido o Comunismo no período dos Militares foi marcado e injuriado pelos colegas enrustidos da tara vermelha.
Sergio foi um talento precoce para as Mídias escrita e falada de 50, pois aos 18 anos já atuava em rádio com programação elaborada por ele.
Assim como os perseguidos de 64, há os perseguidos de após 64. Quem fala nestes, einh?
E quem os indenizará como conseguiram os que se aproveitaram de tais benesses ,os “perseguidos” de 64?
Tudo que o período dos Militares fizeram em benefício do povo foi abafado, esquecido?
Percebam o que estão fazendo com os Militares, cujo erro mais grave foi o de terem permanecido no Poder por tempo demais, pois não há Ditadura que não tenha fim.
Como Paulo Santana, Sergio trouxe milhares de leitores para o jornal Zero Hora de Porto Alegre, pelo menos, depois do fechamento do Correio do Povo.
Dizem que por motivos salariais se indispôs com o então proprietário de ZH e acabou por sair de lá.
Minha tia discordava de Sergio e lamentava sua saída de ZH por ter-se desentendido com o dono do jornal, a quem admirava.
A decisão foi fatal para Sergio, pois pensava que bastava seu talento para vencer na vida e que podia viver de seu dom literário.
No Brasil , a Cultura é volúvel e de memória curta, fruto da desnutrição vivida pelo próprio povo.
Além disso, é ingrata e preconceituosa para com os que têm talento.
Bem que Sergio lutou para sobreviver, mas sucumbiu na miséria, amparado por uma de suas filhas , lá em Campinas.
Os jornais, a TV, o Teatro, a Política, a Literatura no Rio Grande do Sul devem muito a Sergio Jockyman.
Na maturidade, em suas dificuldades e doença, só contou com alguns de seus familiares.
Sergio deve ter refletido muito sobre tudo que aconteceu.
Que sua morte sirva de reflexão para os implacáveis.