sábado, 28 de maio de 2011


DEVANEIOS OUTONAIS.
Texto Tenini


Penso que uma das fases mais belas e sofridas da minha vida foi a entrada para a Maturidade.
Todos os sonhos da juventude explodiram com mais vigor como se fossem os últimos suspiros de uma flor.
Guardo desse período tão contraditório, obras de arte que cultivo com carinho.
Redescobri a Poesia que existia em mim e elaborei textos que não fariam feio em nenhuma enciclopédia de literatura.
Mas existem, também, aqueles poemas singelos que gosto de revisitar,Caminhos de Outono foi um poema que escrevi com a alma incendiada de um amor que eu julguei impossível e ficou para um outro amanhã.
Ele aqui está para que curtam ou simplesmente o ignorem.
CAMINHOS DE OUTONO
De Tenini

Ando errante entre os verdes
À procura do Outono.
Uma que outra árvore,
Como o Plátano,
Esplende em amarelos,
Do ouro aos laranjas,
Vermelhos, sienas e carmins...

Então,
a rua dos Plátanos procuro
e sob os arcos dourados,
nos tapetes orientais
Em luzes e sombras
passeio
Com a minha alma em regozijo...

Há Paz e Harmonia no meu coração,
Pois, será nesta mágica rua
Que por você,
Esperarei,
Um dia...


Hoje, o dia está incerto e frio, mas ontem havia sol e calor como a minha vida se tornou agora, logo, quem sabe quando?
Um outro mundo vislumbrarei em que o Outono será Infinito nas suas suaves claridades e sombras que nos lembrem o aconchego do Eterno que se avizinha...

sábado, 26 de março de 2011







CHUVA DE OUTONO. Tenini

( Olhar jacarandá - des. Tenini)

São 18 h e estou em casa neste dia chuvoso de Outono.

Preferia os amarelos da alegria, mas Deus me deu os cinzas, de um dia em que choveu o dia todo.


Não uma chuva tormentosa , mas calma e persistente, como a minha vida se tornou agora.

Não, minha alma não está em grisalmas porque acredito num amanhã radioso, como o olhar da minha filha, ainda adolescente.

Olho pela janela e diviso os pingos de chuva a tamborilarem de leve nas vidraças da janela e juro que ouço, ainda, o suave dedilhar de Ernesto Cortázar, em Autumn rose, ressoando


neste pequeno estúdio da minha casa e que outrora foi o quarto da minha menina.

Mas, há ventos que agitam as árvores lá fora, embora os frutos que balançam estejam ainda muito verdes, esperando a maturação completa.

Logo, em maio eles serão as ofertas que a Natureza nos brindará para saborearmos suas doçuras, sem nada pedir em troca, a não ser os cuidados durante a floração para que possam


ser saudáveis e apetitosos.

Pedem que as terras sejam ricas e nutrientes e não secas e áridas que nada produzem, como a lembrarem que precisamos aprender sempre para que possamos criar obras cada vez


melhores.

Depois, tudo recomeça a se recompor na Natureza, tão logo atravessem o Inverno.

Se prestarmos atenção, a nossa vida segue no mesmo ritimo da Natureza, em compassos diversos, mas que darão os mesmos resultados...

Restam as velhas árvores, como devo estar agora, embora me sinta eternamente jovem.

Sei que um dia tombarei porque tudo vai se extinguir e nos perderemos na mesma terra em que as árvores se decompõem.

Mas nossas experiências e o que tivermos aprendido durante a nossa presença aqui na Terra serão lembradas por tão poucos que ficaríamos tristes se pudessemos voltar para ver.

Melhor não voltar.

Mas agora, ante a tela iluminada, sei que há luz no fim do túnel e que há a estrada a percorrer em busca dessa mágica claridade do Amor e do Amanhã eterno.

Enquanto isto, vivo a vida presente com os olhos em ouros e esmeraldas a perscrutar o meu Destino.

quinta-feira, 24 de março de 2011


VINASCO.

Ele entrou na minha página do facebook e se diz um militar graduado colombiano...
Colombiano? Hummm,
Mas aquele vinasco ficou martelando na minha cabeça.
Todo bêbado ou bebedor contumaz de qualquer bebida nega que seja alcoólatra.
E os bebedores de vinho gostam de afirmar que tomam apenas para proteger o coração...
Quanto á proteção do coração, concordo, porque na verdade, aturar um bebedor de vinho pelas mulheres é algo divino que necessita a proteção do Anjo da Guarda.
O cara arrota, funga e bufa vinho azedo, pois a incursão do vinho para o estômago misturado aos ácidos estomacais, azeda... e, haja saco para aguentar o bafo e o fungar do dito cujo. :))))))))))
Sò uma “ Amélia” para viver com um cara assim.
Quem pensar que eu falo com conhecimento de causa, acertou.
Meu marido bebia de tudo, por etapas. Na fase do vinho era pior porque o resultado do vinho em excesso dava os resultados citados acima.
Por essas e outras observações é que estou desconfiada que o meu fiel seguidor no facebook seja alguém daqui mesmo, porque conheço certo cidadão que é bebedor contumaz de vinho , embora ele afirme que não é alcoolista e só toma um cálice nas refeições, como bom mentiroso que costuma ser.
Os sintomas são todos aqueles que estão citados neste texto...
Ser Amélia?
Uma vez na vida é o suficiente para, inclusive escrever esta crônica, vocês concordam ?

sábado, 19 de fevereiro de 2011


ARES OUTONAIS.
Teresinha Canini Avila ( la Tenini)


Hoje, ao acordar, divisei pelo pátio centenas de folhas amarelecidas como se estivéssemos no Outono.

Fiquei feliz porque as chuvas pararam e deixaram no ar uma sensação de frescor, uma brisa agradável e leve em substituição aos dias


modorrentos de um verão causticante como o Planeta vem se transformando nos últimos tempos.

O Outono me pede aconchego, um braço amigo, uma ponte que atravesse o Impossível...

Gosto do Outono que se avizinha ainda que eu mesma esteja em pleno Inverno.

Mas o Inverno em que estou não busca o caos que se avizinha.

Quem poderá afirmar que o fim de tudo será o caos? Ninguém sabe, mas alguns já intuíram que gozaremos de maior plenitude.

Seria? Não sei, não.

Penso que o Deus do Universo não nos deixará parar e cada um de nós continuará fazendo o que sabe contando com os instrumentos que encontrar no Cosmos a disposição.

Penso que Ele me designará para pintar as nuvens do cotidiano em por de sóis deslumbrantes.

Talvez me deixe esculpir nas nuvens os milhares de rostos que vi na Terra.

Gostaria que esses ares outonais permanecessem pelo resto do ano, mas sei que não será assim e que nos aguardam, ainda, dias terríveis de sóis abrasantes e sulferinas luas em Ocasos


brumosos.
Mas hoje diviso ali, na calçada oposta, os cinamomos alemães em esplendorosos verdes esmeraldas, despontando os primeiros botões que logo mais ,em março ou abril, explodirão


em buquês amarelos...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ERNESTO CORTAZAR - Autumn Rose



SERGIO JOCKYMAN


Era assim o nome original do Jornalista, cronista, poeta, escritor e teatrólogo Sergio Jockyman, que na maturidade, retificou para Jockymann.
Filho de Jorge Jockyman e Julia Canini Jockyman, era meu primo porque sua mãe era irmã do meu pai.
Figura polêmica e controversa, apesar do enorme talento que tinha, fez amigos e inimigos como acontece com as pessoas de grande talento.
O que as cronologias de jornais não disseram é que o Sergio, por ter sido o cronista mais lido no Rio Grande do Sul no período dos militares, escrevia de uma forma carinhosa e simples, quase coloquial com seus leitores. E, por ter combatido o Comunismo no período dos Militares foi marcado e injuriado pelos colegas enrustidos da tara vermelha.
Sergio foi um talento precoce para as Mídias escrita e falada de 50, pois aos 18 anos já atuava em rádio com programação elaborada por ele.
Assim como os perseguidos de 64, há os perseguidos de após 64. Quem fala nestes, einh?
E quem os indenizará como conseguiram os que se aproveitaram de tais benesses ,os “perseguidos” de 64?
Tudo que o período dos Militares fizeram em benefício do povo foi abafado, esquecido?
Percebam o que estão fazendo com os Militares, cujo erro mais grave foi o de terem permanecido no Poder por tempo demais, pois não há Ditadura que não tenha fim.
Como Paulo Santana, Sergio trouxe milhares de leitores para o jornal Zero Hora de Porto Alegre, pelo menos, depois do fechamento do Correio do Povo.
Dizem que por motivos salariais se indispôs com o então proprietário de ZH e acabou por sair de lá.
Minha tia discordava de Sergio e lamentava sua saída de ZH por ter-se desentendido com o dono do jornal, a quem admirava.
A decisão foi fatal para Sergio, pois pensava que bastava seu talento para vencer na vida e que podia viver de seu dom literário.
No Brasil , a Cultura é volúvel e de memória curta, fruto da desnutrição vivida pelo próprio povo.
Além disso, é ingrata e preconceituosa para com os que têm talento.
Bem que Sergio lutou para sobreviver, mas sucumbiu na miséria, amparado por uma de suas filhas , lá em Campinas.
Os jornais, a TV, o Teatro, a Política, a Literatura no Rio Grande do Sul devem muito a Sergio Jockyman.
Na maturidade, em suas dificuldades e doença, só contou com alguns de seus familiares.
Sergio deve ter refletido muito sobre tudo que aconteceu.
Que sua morte sirva de reflexão para os implacáveis.