ARES OUTONAIS.
Teresinha Canini Avila ( la Tenini)
Hoje, ao acordar, divisei pelo pátio centenas de folhas amarelecidas como se estivéssemos no Outono.
Fiquei feliz porque as chuvas pararam e deixaram no ar uma sensação de frescor, uma brisa agradável e leve em substituição aos dias
modorrentos de um verão causticante como o Planeta vem se transformando nos últimos tempos.
O Outono me pede aconchego, um braço amigo, uma ponte que atravesse o Impossível...
Gosto do Outono que se avizinha ainda que eu mesma esteja em pleno Inverno.
Mas o Inverno em que estou não busca o caos que se avizinha.
Quem poderá afirmar que o fim de tudo será o caos? Ninguém sabe, mas alguns já intuíram que gozaremos de maior plenitude.
Seria? Não sei, não.
Penso que o Deus do Universo não nos deixará parar e cada um de nós continuará fazendo o que sabe contando com os instrumentos que encontrar no Cosmos a disposição.
Penso que Ele me designará para pintar as nuvens do cotidiano em por de sóis deslumbrantes.
Talvez me deixe esculpir nas nuvens os milhares de rostos que vi na Terra.
Gostaria que esses ares outonais permanecessem pelo resto do ano, mas sei que não será assim e que nos aguardam, ainda, dias terríveis de sóis abrasantes e sulferinas luas em Ocasos
brumosos.
Mas hoje diviso ali, na calçada oposta, os cinamomos alemães em esplendorosos verdes esmeraldas, despontando os primeiros botões que logo mais ,em março ou abril, explodirão
em buquês amarelos...